Confiram

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Para Refletir e Viver

Caminha placidamente entre o ruído e a pressa. Lembra-te de que a paz pode residir no silêncio.

Sem renunciares a ti mesmo, esforça-te por seres amigo de todos.

Diz a tua verdade quietamente, claramente.

Escuta os outros, ainda que sejam torpes e ignorantes; cada um deles tem também uma vida que contar.

Evita os ruidosos e os agressivos, porque eles denigrem o espírito.

Se te comparares com os outros, podes converter-te num homem vão e amargurado: sempre haverá perto de ti alguém melhor ou pior do que tu.

Alegra-te tanto com as tuas realizações como com os teus projectos.

Ama o teu trabalho, mesmo que ele seja humilde; pois é o tesouro da tua vida.

Sê prudente nos teus negócios, porque no mundo abundam pessoas sem escrúpulos.

Mas que esta convicção não te impeça de reconhecer a virtude; há muitas pessoas que lutam por ideais formosos e, em toda a parte, a vida está cheia de heroísmo.

Sê tu mesmo. Sobretudo, não pretendas dissimular as tuas inclinações. Não sejas cínico no amor, porque quando aparecem a aridez e o desencanto no rosto, isso converte-se em algo tão perene como a erva.

Aceita com serenidade o cortejo dos anos, e renuncia sem reservas aos dons da juventude.

Fortalece o teu espírito, para que não te destruam desgraças inesperadas.
Mas não inventes falsos infortúnios.

Muitas vezes o medo é resultado da fadiga e da solidão.

Sem esqueceres uma justa disciplina, sê benigno para ti mesmo. Não és mais do que uma criatura no universo, mas não és menos que as árvores ou as estrelas: tens direito a estar aqui.

Vive em paz com Deus, seja como for que O imagines; entre os teus trabalhos e aspirações, mantém-te em paz com a tua alma, apesar da ruidosa confusão da vida.

Apesar das suas falsidades, das suas lutas penosas e dos sonhos arruinados, a Terra continua a ser bela.

Sê cuidadoso.

Luta por seres feliz.
(Inscrição datada do ano de 1692. Foi encontrada numa sepultura, na velha igreja de S. Paulo de Baltimore - hoje já não se pensa que seja esta a origem, mas assim é mais bonito...)
Fonte: Site Belostextos.aaldeia.net

O Filósofo e o Ateu

- Dizei-me, meu amigo ateu, como tu tens a certeza da inexistência de Deus?
- Dizei-me, meu amigo filósofo, como tu tens a certeza de que aja um Deus?
- Não tenho a certeza.
- Tens a incerteza?
- Na clareira dos meus pensamentos, julgo não ter uma resposta acerca do que é ter realmente uma certeza. Nós, humanos, somos névoas e vivemos e sobrevivemos nas névoas. Julgamos que o tempo vai nos revelar todas as coisas e sofremos quando sabemos que o nosso tempo é não saber de nada em todas as coisas.
- Tu me pareces com Schopenhauer e toda a escola pessimista.
- Crês em quê, meu amigo ateu?
- Creio no que posso ver, tocar e sentir. Não sou como Santo Agostinho a tecer elegias absurdas a um ser invisível que apenas em sua mente existia. Não sou como Madonna, a fazer da Cabala uma fonte de conhecimentos pop, busco os meus conhecimentos conforme coisas racionais e diretas, coisas advindas de tradições que velam por mentiras me são inúteis.
- Se crês em si mesmo e no que vossos olhos podem ver, meu amigo ateu, então tu tens uma certeza.
- Tu deverias também ser um ateu, meu amigo filósofo.
- E os filósofos são algo além disso, meu amigo ateu?
- Descartes, Leibniz e Gonçalves de Magalhães acreditavam em Deus. Eram filósofos que acreditavam em Deus.
- E por que os filósofos não deveriam acreditar em Deus, meu amigo ateu? - É um atentado contra a Razão e na Crítica Da Razão Pura Kant afirma que o conhecimento humano é limitado e conhece apenas aquilo que a este limite é dado conhecer.
- Concluistes isto lendo Kant?
- Isso está em toda a Crítica Da Razão Pura.
- Achas que o Criticismo, que deu uma grande contribuição ao ateísmo, é uma Verdade Absoluta?
- Do Absoluto Hegel sabia, mas referia-se ao Absoluto por outra via, materalista. Ele disse que "Deus é a vontade enclausurada nos limites reduzidos da inteligência humana, justificando assim a impossibilidade do conhecimento em identificar-se com o divino".
- Kierkegaard chegou à última conclusão, meu amigo ateu.
- Sim, mas Hegel abriu o caminho.
- Tu não tens palavras próprias e amparastes sempre nas de outros?
- Filósofos sempre são repetidores; porque eu, que estudo a Filosofia, não posso ser também como eles?
- Tu tens certeza da vossa certeza em ser um ateu?
- Tanto quanto tu tens a certeza de que és um filósofo.
- Tu não és O Ateu Perfeito.
- Como?
- Vosso ateísmo é uma crença e, por isso, tanto vós como todos os ateus são falhos na consciência que possuem daquilo que pregam.
- Vós pregais o quê para ser tão afirmador dessa sua conclusão?
- Prego no vento que o vento nunca dará chance aos outros ventos de ser pego na estrada de todos os ventos.
- Metáforas vazias, preenchidas de um misticismo tosco e um misto de loucura nietzscheana, não são respostas racionais.
- Ofendes até Nietzsche, um grande ateu, um verdadeiro ateu?
- Ele era irracional em muitas ocasiões.
- Meu amigo ateu, tu não és ateu.
- Eu sou ateu!
- Não és, pois em um diálogo com um filósofo verdadeiro, tu serias destruído pelos argumentos deste em um segundo.
- Mas, tu és um filósofo! - Eu lhe disse que era filósofo, meu amigo ateu?
- As suas palavras, o seu jeito, o seu andar, o seu caminhar, tudo em você lhe denuncia como um filósofo!
- Tu deliras.
- Agora, tu me ofendes!
- Tu és um crente.
- Eu não creio em Deus!
- Quem aqui falou em Deus?
- Nós estavámos falando Dele!
- Estavámos falando de coisas que se referem a pensamentos individuais, o meu, o teu, o de Schopenhauer, Santo Agostinho, Descartes, Leibniz, Gonçalves de Magalhães, Kant, Hegel, Kierkegaard... Tu metestes a Madonna no meio da conversa por incapacidade de tecer argumentos melhores e entregou-se a muitos erros. Nós não falávamos de Deus e nem tocamos sequer no nome de Deus. Eu sou um ateu, pois sequer toco no nome de Deus com os meus pensamentos e as minhas palavras. Ele não existe para mim, mas para ti, que se diz um ateu, Ele existe e merece ser combatido. Não sou um filósofo e você não é um ateu; sou um ateu e você não é um filósofo. Tu perdestes até o que és, tu não sabes o que és, tu estás diante do nada que és. Muitos assim são como ti e dizem que são algo, falam de Deus e desconhecem totalmente a Deus. Não é necessária a Filosofia para saber que de nada eles falam, pois não conhecem que é Deus, não sabem Quem é Deus.
- Você não é um ateu, parece afirmar que existe Deus!
- Se todos os ateus pudessem elevar além da Matéria todo o seu palavreado ateístico e pronunciassem à Criação que "Deus Não Existe" em voz altíssima, isto não mudaria nada. Muitos ainda creriam em Deus e muitos ainda chamariam por Deus. O ateísmo que sigo é uma inutilidade, estamos contra uma invencibilidade que realmente é impossível de ser vencida.
- Você é filósofo!
- Não sou.
- Você é!
- Por que?
- Falas como um!
- Bem, para ti eu sou um filósofo, então.
- E não és um ateu!
- Eu sou.
- Não és!
- Por que?
- Falas de Deus como um cristão ou um evangélico!
- Bem, para ti, então, eu não sou ateu.
- Eu sou ateu!
- Tu?
- Sim, eu!
- Meu amigo, leia novamente todos os livros que lestes. Antes de ser alguma coisa vá além,leia também a si mesmo. Aqueles que se lêem são algo verdadeiramente. Vejo que como ateu, tu és apenas um cristão mal orientado e um evangélico perdido que por causa de um pequeno problema resolveu acreditar que não acreditar em Deus era uma solução inicial de um novo caminho. Ateus já nascem ateus, assim como filósofos já nascem filósofos. Tu brincas de ser ateu; eu nunca brinquei de ser filósofo. Se filosofo, filosofo sem acreditar na Filosofia; se existe a Filosofia, ela então pode ser Deus.
- Tu não és ateu, chamas a Filosofia de Deus!
- E o que mais próximo é de ser a única salvação verdadeira de um ser humano do que a Filosofia que o leva a não errar e a orientar-se, através de várias filosofias e de sua própria filosofia, neste mundo sendo moralmente correto e digno de ser chamado de ser pensante?
- Mas, a Filosofia não é Deus!
- E eu disse que ela o é?
- O que és então a Filosofia para ti, meu amigo ateu?
- Berço De Deuses, filosofar é ser divino dentro das esferas limitativas humanas e acima destas em poucos casos.
- Tu não és ateu!
- Eu afirmei ser ateu? Eu disse que era ateu.
- Tu és filósofo!
- Eu afirmei não ser filósofo? Eu disse que não era filósofo.
- Meu Deus, tu me enlouquecestes, meu amigo que já não sei mais o que é!
- Tu eu sei que não és ateu, falastes agora o nome de Deus.
Autor: Giovano Coelho de Souza

Você Aprende...

Depois de algum tempo você aprende a diferença, a sútil diferença, entre dar uma mão e acorrentar uma alma. E você aprende que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança. E começa a aprender que beijos não são contratos e presente não são promessas. E começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e os olhos abertos, com a graça de um adulto e não com ma tristeza de uma criança.
E aprende a construir as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para planos e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão. Depois de algum tempo você aprende que o sol queima se ficar exposto por muito tempo. E aceita que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la por isso.
Aprende que falar pode aliviar dores. Descobre que se leva anos para se construir confiança e apenas segundos para destruí-la. E que você pode fazer coisas num instante das quais você se arrependerá pelo resto da vida. Aprende que verdadeiras amizades costuma sempre crescer, mesmo a longa distância. E o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida. E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher.
Aprende que não temos de mudar de amigos se compreendermos que os amigos mudam. Percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos.
Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa, por isso sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas, pode ser a última vez que a vejamos. Aprende que as circunstâncias e os ambientes têm influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos. Começa a aprender que não se deve comparar com os outros, mas com o melhor que se pode ser.
Descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que se quer ser, e que o tempo é curto. Aprende que não importa aonde já chegou, mas para aonde está indo. Mas, se não sabe para onde está indo, qualquer lugar serve. Aprende que ou você controla seus atos ou eles o controlarão. E que ser flexível não significa ser fraco ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existe dois lados.
Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário enfrentando as conseqüências. Aprende que paciência requer muita pratica.Descobre que algumas vezes a pessoa que você espera que o chute quando cai, é uma das pessoas que o ajudam a levantar-se. Aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiencia que se teve e com o que você aprendeu com elas do que com quantos aniversários você celebrou.
Aprende que há mais dos seus pais em você do que você supunha. Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens. Poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso. Aprende que quando se está com raiva se tem o direito de estar com raiva, mas isso não lhe dá o direito de ser cruel.
Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes você tem que aprender a perdoar-se a si mesmo. Aprende que com a mesma severidade que julga, você será em algum momento condenado. Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára para que você o conserte. Aprende que o tempo não é algo que possa voltar atrás. Portanto, plante seu jardim e decore sua alma, ao invés de esperar que alguém lhe traga flores. Você aprende que realmente pode suportar e que realmente é forte e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não poderia mais. E que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida! Nossas dádivas são traidoras e nos fazem perder o bem que poderíamos conquistar, se não fosse o medo de tentar.


Willian Sheskeapere

Qual é o seu Caminho?

Um dia um bezerro precisou atravessar uma floresta virgem para voltar ao seu pasto. Sendo um animal irracional, abriu uma tortuosa trilha, cheia de curvas, subindo e descendo colinas... No dia seguinte, outro animal que passava por ali, usou a mesma trilha torta para atravessar a floresta. Depois foi a vez do carneiro, líder de um rebanho, que fez seus companheiros seguirem pela trilha torta. Mais tarde, os homens começaram a usar esse caminho: entravam e saiam, viravam à direita, à esquerda, reclamando (até com um pouco de razão...) mas não faziam nada para mudar a trilha. Depois de tanto uso, a trilha acabou virando estradinha onde os pobres animais se cansavam sob cargas pesadas, sendo obrigados a percorrer em 3 horas a distância que poderia ser vencida em no máximo, uma hora...Muitos anos se passaram e a estradinha tornou-se a rua principal de um vilarejo. Posteriormente, a avenida principal da cidade. Logo a avenida transformou-se no centro de uma grande metrópole e por ela passaram a transitar diariamente milhares de pessoas, seguindo a mesma trilha torta feita pelo bezerro.centenas de anos antes.Os homens têm a tendência de seguir, como cegos, por trilhas feitas por outros, muitas vezes inexperientes, e se esforçam a repetir o que os outros já fizeram. E a velha floresta, do alto de sua sabedoria, ria daquelas pessoas que percorriam a trilha como se fosse um único caminho... sem se atrever a mudá-lo. A propósito, qual é o seu caminho?

sábado, 9 de outubro de 2010

A Glória Virtuosa e o Desamparo Caprichoso

André Magalhães
Pensando como um Anjo Louco que sou...

Viver só vale a pena quando temos intensidade nos passos, brilho nos olhos, uma esperança que não se alia à eterna espera, e uma vontade louca de alcançar...Viver é ter compromisso com sua própria felicidade e sempre achando que isso ainda não é o bastante. Quando isso não ocorre, viver deixa de valer a pena. É a falência da sua passagem pelo mundo onde tudo é um jogo e nesse jogo se ganha ou perde-se. Existem os que numa maldita e conturbada tentativa de encontrar o caminho e acertar, lança mãos de todos os artifícios que estão ao seu alcance: falar com Deus, ignorá-lo; consultar oráculos, meditar, antidepressivos, vida moderada, excessos e solidão. Acaba-se até achando que o verdadeiro herói é aquele que vive e se diverte sozinho. Chega-se até definir solidão como: A NOBRE ARTE DE SABER COMO LIDAR COM SEUS MAIS INTIMOS E SAGRADOS EXCREMENTOS SEM DOR. Pura ilusão. A solidão por definição já é uma coisa negativa. Quando o desprezo ao seu povo e a si torna-se inevitável é sinal de que o jogo acabou, findou a guerra, a batalha foi perdida. Para mim existe uma tênue linha entre o acaso e o comprometimento que uma pessoa pode ter consigo. Muitos são felizes por obra da coincidência, outros lutaram para alcançar seus objetivos e tantos outros fizeram tudo ou nada, e as coisas aconteceram independente de seus esforços, busca, vontade ou privações. Há os que se permitem errar sempre e ainda assim alcançar a glória, mas o que realmente não suporto é quando ouço alguém tentar aliviar dores de outrem através de comparações, ainda mais àquelas que visam lhe mostrar que existe sempre algo pior. É como aceitar o inaceitável, admitir e se rogar de satisfeito. Não pode haver semelhanças. O ser humano é individual, somos diferentes e fim. Admiro quando se tem consciência da diferença entre o concreto e o imaginário ou caminha-se para tornar a aceitação da derrota numa coisa melancólica e até sem valor, pois até mesmo a derrota possui. A verdade é que para alguns a perda da auto-estima fica escancarada, permitindo a queda dos seus valores morais, e transforma-se em falta de respeito aquilo tudo que acredita-se sair de um fracassado, e nada na vida vai transformar a remissão em sucesso porque percebe-se que o seu tempo já se passou. Perdeu-se o trem da alegria, não observou a paisagem e agora... Agora a incredulidade passa tudo a limpo sem objeções e deixa a vida sendo vista sem nenhum valor, e a morte a essa altura já não é mais uma idéia e sim uma vivencia, aliás, ela é mascarada diversas vezes no dia-a-dia. Acho surpreendentemente engraçado quando ouço falar em “Efeito Borboleta” sabendo que a tristeza e a derrota de tantos homens não vai fazer a menor diferença para a vida em si. O sol continuará se pondo, a chuva a cair, e as pessoas com seu andar apressado cheias de compromissos continuarão lotando suas agendas. “ELE faz nascer o sol igualmente sobre maus e bons e cair à chuva sobre justos e injustos.” (Mateus, 5,53-45). Imaginar que a batida de asas de uma simples borboleta no Pacífico poderá modificar marés no Atlântico mesmo com o exagero que a frase pressupõe, menospreza mais ainda o destino de um miserável. Só os escassos de imaginação perdem tempo com o sofrimento alheio. O tempo, esse Deus que a tudo aniquila, conseguiu retirar o mais importante de muita subsistência: a vontade de gerar forças para se proteger da destruição, mas que fique claro, eu não maculo essas pessoas das quais lhes falo. Não deu certo e as probabilidades de satisfação eram de uma em dez milhões. Acabou! Foi a falência do senso comum, o transtorno e a obsessão estampada na cara desses pobres mutilados pelo fracasso. A traição que se comete a si mesmo.
A aceitação da derrota.
E se em algum momento algum deles é responsável pela mudança de alguma coisa ou destino, a interferência certamente terá sido casual. O que a eles resta como certeza é que depois de tanto tempo nada valeu a pena.

O Tudo e o Nada

André Magalhães

Somo feridas em busca de um remédio.
Somos remédios que não curam dores.
Somos dores que procuram o alívio.
Somos alívios que escondem o pranto.
Somos prantos que caçam alegria.
Somos alegrias que homenageiam a glória.
Somos glórias que despencam na sarjeta.
Somos sarjetas que aprisionam corpos.
Somos corpos que anseiam por vida.
Somos vidas que vagueiam perdidas.
Somos perdidos que procuram caminhos.
Somos caminhos que não levam a nada.
Somos nós! Somos ébrios! Somos vida!
Somos o nada que constrói o tudo.
Somos o tudo que desaparece na fumaça.
Somos a fumaça que denuncia o fogo.
Somos o fogo que incendeia a alma.
Somos as almas que se penitenciam.
Somos penitências que nunca são pagas.
Somos as pagas que se enchem de dívidas.
Somos as dívidas do banco do amor.
Somos os amores que buscam companhias.
Somos as companhias rejeitadas pelo tempo.
Somos os tempos de um verbo qualquer.
Somos nós! Somos ébrios! Somos vida!
Somos românticos que mandam flores.
Somos as flores que exalam perfumes.
Somos perfumes que enjoam a beleza.
Somos belezas que criticam as formas.
Somos formas que procuram os gestos.
Somos gestos que afirmam mentiras.
Somos mentiras que dizem verdades.
Somos verdades que enganam a crença.
Somos crenças que imitam a fé.
Somos a fé que se deixa conduzir.
Somos condutores perdidos no espaço.
Somos espaços vazios infinitos.
Somos nós! Somos ébrios! Somos vida!
Somos inquietudes que procuram descanso.
Somos descansos cansados de esperar.
Somos esperas pelo que nunca chega.
Somos finais de uma espécie em extinção.
Somos nós! Somos noite! Somos boêmios!
Somos seres comuns que nos fantasiamos de especiais para cortejar o sonho.
Somos o próprio sonho definhando a cada instante.
Somos o instante em que se apresenta à morte.
Somos a morte das madrugadas que anseiam o dia.
Somos o dia que nunca renasce.
Somos o renascer que não se nega a luz.
Somos a luz que clareia dos passos.
Somos os passos que cambaleiam ébrios.
Somos os ébrios que bebem desgosto.
Somos os desgostos que amargam o doce.
Somos os doces de sabor enganoso.
Somos o engano que Deus cometeu.
Somos nós! Somos sós! Somos gente!
Somos noite! Somos boêmios! Somos vida!

Pescaria de Sonhos

André Magalhães

Eu queria ouvir a valsa...
lenta valsa,
temperar com salsa o peixe
e repartir.
Partir da vida,
mas... deixar saudades.
Eu queria ser a balsa...
que bailando a valsa, nas ondas,
salvaria o náufrago, me tornando bálsamo da vida.
Eu queria ser a ida...
E em sendo me amaria,
juntos, dois amantes...
Amantes morreríamos.
Eu queria ser você!
E em sendo me amaria,
juntos, dois amantes...
Amantes morreríamos.
E morrendo...
Nossas almas leves balariam a valsa,
alegre valsa,
triste da partida.
Da ida ou da volta à vida...
Verdadeira vida.
Enfim, sós então,
bailando a valsa,
repartiríamos o peixe,
temperado, à salsa...
E seriamos por fim felizes

Vale Saber

André Magalhães
Que o homem mais feliz do mundo não é o que tem dinheiro, é o que tem amigos; que a vida é Deus confiando em nós; que o passado deixa marcas quando nós não marcamos o passado; que o pequeno se torna grande quando não tem acanhamento de ser pequeno; que uma pessoa se torna santa, a partir do instante em que deseja sê-lo; que a velhice não é decrepitude, é sinal de luta; que, em todo santo, há traço de um pecador e, que em todo pecador, há traços de um santo, que a oração não é Deus falando, é Deus oferecendo-se para ser ouvido; que a juventude não é uma ameaça que se teme; é um poder que se conquista.Convém sabido: que o homem não se salva só por ter praticado a justiça. É necessário que além de ter praticado a justiça, pratique também o amor; que desventurada não é só a criança que não tem nada, pode ser também a criança que tem tudo; que o casamento não é só a junção do homem com uma mulher, mas é a união dos dois. A junção aproxima um do outro, mas é a união que funde, num só, os dois; que o amor é curvo quando não é retribuído diretamente, é retribuído por via indireta, quando não é devolvido por alguém a quem o demos, é retribuído por outrem; que a religião não significa simplesmente estabelecer relacionamento entre o homem e Deus, mas, também, entre o homem e os demais.É válido saber, que não é falta de fé se chorar por alguém que morre. É a fé chorada; que a fé não é só acreditar em algo, mas dar valor ao algo em que se acredita; que nós morremos a partir do instante em que deixamos de amar, de esperar e de crer; que o amor é substantivo abstrato na gramática e concreto na vida; que o maior matemático do mundo é aquele que descobriu Deus como principio e fim.Vale saber, que há muita gente feliz porque segui Cristo, mas nunca infeliz por tê-lo seguido; que não é errado crescer, errado é crescer no corpo e não crescer no espirito.Vale saber que o terrível não é ter inimigo, mas chegar ao ponto de ser obrigado a esquecer um amigo; que a grande certeza da vida são as mudanças; que até o tempo muda quatro vezes por ano; que mais vale morrer em paz que viver em guerra; que o sofrimento, às vezes, tem o condão de transformar as pessoas em melhores, que Cristo não nos manda ser iguais às crianças, mas, tão somente a elas semelhante; que aquele pintor que faz com que o quadro seja formoso, não tenta fazer dele uma obra suntuosa, mas, sim, mostrar sua simplicidade; que ser administrador é uma coisa e ser financista é outra. O financista quer gastar e o administrador sabe como gastar.É bom se ter convicção de que mais vale fazer história que simplesmente conhecer os segredos da geografia; de que o filósofo define a paz, mas é o homem santo que a constrói; de que amar verdadeiramente é um verbo que não admite condicional nem futuro, só o presente; que o grande pecado de alguns físicos é não serem igualmente metafísicos e o grande pecado de alguns metafísicos é não serem físicos também.Vale saber que viver é saber sorrir para a vida com suas linhas retas, com suas linhas curvas, sinuosas e, até com suas linhas quebradas.

Ajude-me a entender o mundo

André Magalhães
Já não durmo nas canções de ninar muito embora os sonhos persistam em existir, pois, alguns sonhos esvanecem, outros renascem numa rapidez de noite após noite nas trevas rotineiras de viver o tempo.Por favor, me ajude a entender o mundo!Eu quero sentir a criança que há dentro de mim, faze-la gritar para o universo e rodar a ciranda que a vida nos levou.E a vida já não é mais a mesma! O sorriso já não é mais o mesmo! A pureza já não existe.Há em tudo um toque de maldade e um tudo de competição. A disputa se acirra a todo o instante o que me faz sentir falta, sentir saudades dos momentos puros escritos a lápis da infância e que a borracha do mundo adulto apagou. Já se foi a ilusão de ser o que pensava, desejava ser, e não fui e nem jamais serei. Sonhei em ser advogado, mas a justiça me decepciona.Já se foi a picula, o guerreou, a ordem unida, o garrafão, a patinete, a bola de meia jogada nos “recreios” do colégio. Já não há mais patinete! Será que o mundo mudou tanto? Porque será que as crianças de hoje já não brincam de capitão como as de ontem? O fato é que não há mais patinete! Oh! Meu Deus! Me ajude a entender o mundo pois quero dormir ninado na melodia do “Boi da cara preta”. Eu quero as crianças filando aula para empinar periquito feito de páginas de caderno, antes de eu ser vencido e jogado ao solo baleado por uma assaltante que não teve infância nesse mundo estúpido.Eu quero sentir a criança novamente, afinal, ainda não morreram em definitivo certas vontades que permaneceram dentro de mim. A vida adulta ainda não possuiu por todo a minha capacidade de vencer as desilusões, angustias e maledicências.Não! Não é saudosismo. Às vezes afloram em mim num misto de pranto e recordações as coisas de tão pouco tempo atrás, e choro no fundo do peito e às vezes literalmente olhando as crianças de hoje.Na verdade o elo que me liga a infância passada é a vontade de ver todo adulto aflorando a criança que existe dentro de cada um de nós. Por onde andam os periquitos, as patinetes com guidom, freios e outros apetrechos de fundo de quintal?E já não há mais quintais. Foram substituídos pelos play-grauds de grandes prédios.Isso petrifica o meu coração.Contudo acredito que deva haver alguém, em qualquer lugar que saiba contar histórias como “D. Baratinha e seu Ratão” do “Velho e o Mar”.
Por favor, me ajudem a entender o mundo.
Que dor no peito!
Só descobrimos o quanto fomos felizes depois que essa nuvem passageira se dissipa no céu dos nossos sonhos e da nossa vida.
Eu imploro, ajude-me a encontrar alguém que me faça entender o mundo.

1ª Carta à Manoela

André Magalhães
Pensando como um Anjo Louco que sou...

Todo o misticismo que te cerca é fruto da ausência de fé. És devota de um mundo inexistente e sem tradição. É banal esse temperamento lúgubre que insistes em deixar te governar. De certo, o medo que possuis, também é descendência de antigos costumes praticados pecaminosamente. És herança de teus antepassados e todos nós devemos amar o novo. Bela é a vida e terás de atravessa-la de maneira construtiva e sublime. Tuas obras terão que durar, não para a eternidade porque o tempo atreve-se a tudo, mas terás de deixar marcas ainda que em ruínas ou cicatrizes.
Haverá ainda de controlar teus impulsos e admitir de forma triunfal a entrada de Deus na tua vida. Digo do teu “Deus” que por uma questão de necessidade para ordem das coisas vindouras terá de aceitar como o Deus dos outros seres.
É essencial para você crucificar definitivamente essa imagem absurda de que tenhas vindo ao mundo por acaso, é verdade que o meu mundo não é o seu, mas por obrigação e necessidade se torna uma só morada.
O horizonte, Manoela, que anseias e ambicionas alcançar não é longínquo nem irreal, é simplesmente inconquistável. Sonhos e fantasias serão substituídos no devido tempo com o surgimento da sua capacidade de gerar coisas verdadeiras. Não imagine ser insuperável a barreira que te rodeia, é assim para todos Manoela, todos nós temos obstáculos a ultrapassar é este o real sentidos de nossas vidas, cabe a você transforma-los em simples tropeço, e assim compassadamente alcançares o teu objetivo. Não penses que assim então estarás no final da tua existência. Principiante entenderás com maturidade a razão da tua vida. Serás autêntica e comum. Conseguirás assistir o desabrochar de cada momento importante desde a tua origem. Serás você mesma Manoela. Desesperadamente lutarás e verás que existe um motivo significativo para viver. Tua subsistência será uma história e só então findará a tua complicada passagem pelo mundo.
Tudo o que tento dizer Manoela é que simplesmente emocionar o mundo não é suficiente. É necessário entendê-lo, cativa-lo e respeita-lo, não deves deformar a plenitude do teu espírito sem que antes incorpore a bondade dos teus atos do cotidiano.
Sendo sábia, sobreviverás a calunias, leiga como tentas ser, não mereces nem a perspectiva de acertar. Não faz sentido Manoela, lutar como um bárbaro pela manhã em busca de uma fantasia, para tornar-se um cordeiro ao anoitecer.
Minha querida Manoela, não existe idade para se compreender que tudo que define a vida está na mais pura sensação de conquistar o desconhecido. Precisas conquistar a paz e o amor dos idosos que distribuem sua experiência sem se preocupar com a geração que chegam e lhes chamam de alienados.
Não desejo regras ou leis Manoela, permita tão somente que a relação da qual lhe falo seja aplicada construtiva e objetivamente, sem limites e sem enganos.
Não te quero perfeita, te desejo equilibrada, minha amada Manoela.

Conselhos meus e os do Papa

André Magalhães
Pensando como um Anjo Louco que sou...
Com quem tive a minha primeira experiência sexual eu não consigo lembrar, mas o assunto me veio à cabeça quando tive conhecimento das últimas declarações do papa Bento XVI na sua recente visita à Áustria. Assim falou o papa: “a Europa se tornou pobre em crianças. Queremos tudo para nós mesmos, e talvez não confiemos o suficiente no futuro...” e também em Viena como já o havia feito em sua estada no Brasil criticou duramente o aborto e o uso de preservativos e todo método anticoncepcional . É sabido que após décadas de estagnação moral, vivemos um período de “liberdade” absoluta. Relutei para não escrever sobre religião, mas o dogma da Igreja Católica já está causando estragos. É inadmissível fazer sexo hoje sem camisinha como impossível é permitir que Bento XVI exponha sua posição ou da igreja a qual ele representa fazendo intervenções na política de países considerados laicos, sem nenhuma contestação. Não adotar maneiras que evite a gravidez indesejada numa sociedade cada vez mais combalida é levar ao flagelo toda obra divina. Tentei lembrar como obtive o primeiro êxtase para enfatizar também que, naquela época (já se vão mais de duas décadas) os casais viviam mais moderadamente e a Igreja precisa atualizar-se, mas ainda seria muito interessante se a juventude de hoje novamente se apaixonasse pela vida e não abandonasse o afeto consumindo apenas o prazer. Todos haveriam de repensar seus atos na paquera depois de ler “Namorado” de Carlos Drummond de Andrade, ler e atuar, mas daí a aceitar posições extremamente radicais e que principalmente põe em risco a vida do ser humano é piegas com todo o respeito que V. Santidade merece e eu como simples mortal tenho, ouso discordar e estranhar tal posição. Minha reflexão aguçou-me também não a julgar, mas para lembrar aos jovens que apesar da aparente liberdade sexual que desfrutamos hoje os riscos também dobraram. Vamos analisar algumas questões apenas na base das suposições pois somente nela posso habilitar-me. Traição nos dias de hoje tornou-se corriqueira, para não dizer “normal” . Agora perguntemo-nos: porque tantos crimes passionais? Parece-me obvio afirmar que o homem ainda ama e se ama não admite o terror da perda pela traição. A base disso não justifica qualquer ato insano, mas permite concentrar atenção ao custo dessa chamada modernização. Como um gabiru peço atenção ao romantismo e àqueles gestos dito antigos como enviar flores, comer pipoca no cinema, correr na chuva de mãos dadas, curtir um luau e principalmente viver do e com amor sincero. A troca de prazeres deve e pode acontecer sempre que estivermos ao lado da pessoa escolhida, mas acima de tudo amada. Tem de haver intensidade em tudo que fazemos e como “a vida nada mais é do que aquilo que acontece enquanto fazemos planos” temos de vivê-la sem arrependimentos. Nunca existiu vergonha em declarar-se apaixonado, justo por isso, ame, compreenda, modernize-se, chore, dance, ria, e use muita, muita camisinha. Eu assim como o papa me preocupo com o futuro dos nossos jovens, aliás Nicolau Maquiavel também fazia o mesmo quando afirmava: “ Não se pode chamar de ‘valor’ assassinar seus cidadãos, trair seus amigos, faltar a palavra dada, ser desapiedado, não ter religião. Essas atitudes podem levar à conquista de um império, mas não à glória”. Pelo que noto a única certeza é que somos o que fazemos, sendo assim um VIVA ao namoro seguro.

Percepção

André Magalhães

Bem te encontro
E despejas em mim,
o olhar de rua ira mais profunda
eu, que tanto prazer tenho em mirar-te,
e que sonho em amar-te
por toda eternidade.
Bem balbucia,
E sai de ti
Palavras ofensivas e de dor
Eu que declamo poemas
Porque és minha grande musa e única inspiradora.
Bem levanto os braços
E atinge o meu corpo com violência
Eu que esperava afagos, abraços e suspiros.
Bem pensas
E percebo no seu semblante
O terror da traição.
Eu que prezo a fidelidade como a vida.
Bem se cala,
E repentinamente sinto no teu silêncio
O instante impregnado de dúvidas
Na certeza que o ódio dominou o inefável
Ah! Findo pacientemente a minha condição de suportar
Interrompo estes pensamentos delirantes
Que desliga a razão e minha linha de raciocínio
Logo ela que afirma categoricamente:
Tudo dito é um sonho
Jamais viria de ti
Esta genialidade que é
Odiar amando


Tempo que Foge

Ricardo Gondim

Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para frente do que já vivi até agora. Sinto-me como aquele menino que ganhou uma bacia de jabuticabas. As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.
Já não tenho tempo para lidar com mediocridades. Não quero estar em
reuniões onde desfilam egos inflados. Não tolero gabolices. Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.
Já não tenho tempo para projetos megalomaníacos. Não participarei de conferências que estabelecem prazos fixos para reverter a miséria do mundo.
Não vou mais a workshops onde se ensina como converter milhões usando uma fórmula de poucos pontos. Não quero que me convidem para eventos de um fim-de-semana com a proposta de abalar o milênio.
Já não tenho tempo para reuniões intermináveis para discutir estatutos, normas, procedimentos parlamentares e regimentos internos. Não gosto de assembleias ordinárias em que as organizações procuram se proteger e perpetuar através de infindáveis detalhes organizacionais.
Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturos. Não quero ver os ponteiros do relógio avançando em reuniões de "confrontação", onde "tiramos fatos à limpo".
Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário do coral. Já não tenho tempo para debater vírgulas, detalhes gramaticais sutis, ou sobre as diferentes traduções da Bíblia. Não quero ficar explicando porque gosto da Nova Versão Internacional das Escrituras, só porque há um grupo que a considera herética. Minha resposta será curta e delicada:
- Gosto, e ponto final!
Lembrei-me agora de Mário de Andrade que afirmou: "As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos". Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos.
Já não tenho tempo para ficar explicando aos medianos se estou ou não perdendo a fé porque admiro a poesia do Chico Buarque e do Vinicius de Moraes; a voz da Maria Bethânia; os livros de Machado de Assis, Thomas
Mann, Ernest Hemingway e José Lins do Rego. Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana; de quem sabe rir de seus tropeços, de quem não se encanta com triunfos, não se considera eleita para a "última hora"; não foge de sua mortalidade, defende a dignidade dos marginalizados e deseja andar humildemente com Deus.
Caminhar perto delas nunca será perda de tempo.